sábado, 16 de maio de 2015

PRECARIEDADE DO HOSPITAL DE CAMBUCI SUFOCA O HOSPITAL DE CAMPOS

Situação precária de hospital em Cambuci sufoca saúde de Campos

Publicado em 15/05/2015


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Hospital Moacyr Gomes de Azevedo, em Cambuci, mantinha mais de 2000 mil medicamentos com validade vencida
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Francisco Lins:

O advogado da Associação Hospitalar de Cambuci, Francisco Lins, disse nesta sexta-feira que o caos enfrentado pelo Hospital Moacyr Gomes Azevedo, na cidade de Cambuci, no Noroeste Fluminense, é uma das razões da superlotação do hospital Ferreira Machado e Hospital Geral de Guarus, na cidade de Campos dos Goytacazes.

Entrevistado pelo jornalista Roberto Barbosa, no programa Fim de Tarde, na rádio Diário FM, ele destacou que com a desativação do setor e internação e outros serviços essenciais da unidade, os pacientes passaram a ser removidos para cidades pólos, entre elas Campos em maior número, acentuando a rotina de remanejamento realizada por outras cidades de pequeno e médio porte sem estrutura hospitalar adequada.

Inspeção realizada nesta sexta-feira pelo Ministério Público Federal no Hospital de Cambuci constatou uma série de irregularidades. A fiscalização encontrou aproximadamente 2000 medicamentos com validade vencida, maior número encontrado em todas as inspeções realizadas em hospitais da região. O chefe da farmácia e mais um funcionário foi levado para 155 Delegacia de São Sebastião do Alto, que está responsável pelo flagrante da área. "É uma situação grave. O hospital está enfrentando uma situação caótica desde que o prefeito Agnaldo Mello Filho decretou intervenção, assumiu a gestão demitindo todos os funcionários", disse o advogado.
A reportagem de O Diário tentou contato com o prefeito de Cambuci, mas ele não retornou as ligações.

Intervenção levou ao caos

O Hospital Moacyr Gomes de Azevedo, em Cambuci, já foi uma das referências do Sistema Único de Saúde (SUS). Era apontado como o sétimo melhor hospital do Estado do Rio de Janeiro. A unidade foi recuperada pelo benemérito Antônio Tavares, falecido há dois anos. Milionário e sem herdeiros, ele investiu R$ 15 milhões do próprio bolso no Hospital e entregou a administração para uma Associação Hospitalar, que geriu a unidade por mais de uma década.

Mas, no ano passado, o prefeito Agnaldo Mello Filho decretou intervenção no Hospital argumentando irregularidade na prestação de contas. Um mandado de segurança que questiona a intervenção aguarda julgamento a mais de um ano. "A prefeitura assumiu o hospital, demitiu os profissionais e na hora de pagar as indenizações mandou procurar a Associação. Equipamentos estão parados, leitos fechados e os pacientes sendo levados para outras cidades", afirma o Francisco Lins.